

QUEM SOU
Frederico Fonseca, fotógrafo de telas e pintor de fotografias, nasceu no ano da graça do senhor de 1978, facto este que nem tem graça nem passa como desgraça. Melhor: não nasceu. Antes, acordou de um pesadelo in delirium tremens, mergulhado em vodka-limão sem gelo. Autodidata, possesso pelo espírito dos Douaniers, reflete na sua expressão artística, receios, experiências, unicórnios, capicuas e danos cerebrais irreversíveis.
Frederico Fonseca é um debrum em toda a sua plenitude, uma margem com mil ancoradouros. Passa de vez em quando pelo Purgatório, onde se banha relaxadamente nas excrescências de um mar vermelho-sangue-negro-puro.
Segue o seu caminho, sempre do lado de lá onde a luz é ténue e baça. Recusa vidraças e fronteiras, simplesmente porque se constrói inspirando o horizonte, que guarda lá bem no fundo de si, na hipótese remota de o devolver em desabafos suspirados. Propõe-se uma perseguição sem tréguas dos seus passos, mesmo sabendo que o sítio para onde se vai pode ser tão próximo quanto distante. É já ali, ao virar da esquina, no rio mais fundo, no pico mais alto da sua revolta.
MLD